Eu não venho de uma família religiosa. Também pudera, com um avô comunista ficava difícil sequer ouvir a palavra religião em casa. Não dá para contar nos dedos as vezes que ouvi meu avô falar que "a religião é o ópio do povo". Mesmo assim me batizei e fiz primeira comunhão, tudo como ritual social de passagem, e não como feito religioso.
Com Mini é diferente, a família do pai dela é bem católica, a avó tem um altar em casa onde todo dia ela se ajoelha para rezar, e existe uma vela de sete dias sempre acesa nesse mesmo altarzinho. Desde pequenina Mini vai para a missa com a avó paterna aos domingos, e a avó meio que se encarregou de dar essa educação religiosa que não estamos aptos a dar simplesmente por não conhecermos muita coisa. Então a primeira comunhão de Mini - que vai acontecer amanhã - tem sido algo grandioso na vida dela (e na minha vida monetária também). O que eu particularmente acho lindo (a parte da vida dela né, porque meu bolso não anda amando muito não). Então vamos lá:
Catecismo - R$ 350,00 divididos em 10 parcelas de R$ 35,00 pagos durante o ano.
Vestido - R$ 70,00 o alguel
Sapato branco - R$ 60 reais a Melissa fake -porque não é Melissa de verdade - fechadinha (porque Mini já está calçando 36 e é meio complicado arranjar um sapato de boneca BRANCO para um pé de "adulto")
Santinhos - R$ 25,00 por 50 unidades
Correntinha de ouro mais pigente de Agnes Dei - R$ 250,00 - a corrente é um presente atrasado, tradição de família de quando se passa de etapas na escola e eu ainda não tinha dado, a pigente é pela primeira comunhão, ela ainda nem sonha e eu acho lindo que ela não leia o blog.
Uma munheca com LER de tanto escrever o nome de Mini + igreja + data - não tem preçoDepois vamos todos almoçar numa pizzaria e terminar tudo em pizza.
Mini tem um ônus com relação à todos nós. Eu trabalho na escola que ela estuda (inclusive sou professora dela), minha irmã é coordenadora da escola que ela estuda, meu cunhado é professor de computação da escola que ela estuda (mas só para os pequeninos), minha mãe e meu padrasto são donos da cantina da escola que ela estuda (minha mãe manda na cozinha, meu padrasto é o caixa), ou seja, ela está rodeada por familiares para onde quer que ela olhe.
Então hoje, aproveitando o dia em que toda a família está na escola, rolou uma reunião na sala da minha irmã para definirmos onde ia ser o almoço de amanhã. Eu, minha irmã, meu cunhado e minha mãe a falar da primeira comunhão da pequena. Lá pelas tantas minha mãe comenta que dali só quem pode comungar é a minha irmã...
Irmã: Nem posso, tô com tanto pecado que é capaz da óstia queimar minha boca.
Mãe: Não é por isso, é que eu e a Barata somos divorciadas e mulher divorciada não pode comungar.
Eu: Tá falando sério?!
Mãe: É, mulher divorciada não pode comungar.
Cunhado: ENTÃO QUER DIZER QUE SÓ PORQUE A MULHER SE SEPAROU ELA TEM QUE FICAR MUDA....
Mãe: É, mais ou menos isso.
Cunhado: MENINO, DAQUI A POUCO PADRE VIRA FONO.
Eu só digo uma coisa: os homens dessa família tomaram da mesma água para saírem com essas.
Beijos e Lambidas
cavando a desculpa praqueles dias q a mulher tá atacada. safadinho esse cunhado...
ResponderExcluirbeijo, Xuxu. brigada pela mensagem.
saudade docê. tchamo!
Credo, não fazia idéia de que era tão caro. Descobri agora mais uma vantagem da indeferença religiosa...
ResponderExcluirNem me fale em primeira comunhão.. a de bru, além disso tudo, ainda tá me custando passagens de ida e volta POA-REC. Bah! rrsrss Bjo!
ResponderExcluirDepois de tantos anos tudo ainda é como antes. Percebeu como seu Avô tinha razão? Garanhunense de primeira, sempre estudei em colégios de freiras... Graças eu dou, fui expulsa de todos. ôuh menina danada! (dizia minha mãe) Continuarei a SER para sempre. Hoje estou com 58 anos. Quá Quá Quá Quá Quá. Sem religiões me cobrando por tudo. São todas iguais só mudam o nome e endereço.
ResponderExcluirOieee!
ResponderExcluirLeio seu blog faz um tempão, vc não tem uma idéia...mas só agora resolvi fazer meu próprio!
Me divirto com as histórias da Mini.
Um beijo