Toda geração é marcada por alguma coisa. E toda família tem várias gerações. O rótulo de cada geração, no final das contas, é algo praticamente natural.
A minha avó, é da geração das mulheres elegantes, das saias, do chapéu na hora de sair de casa, das luvas, leques e missais. Os homens usavam chapéu panamá, estavam sempre engomados e de terno e sapatos bicolores. Linho era o tecido da vez, e para ser homem macho, um Ford Bigode caía bem. Eu nunca comentei nesse blog, mas minha avó tem Elzeheimer. Hoje em dia pouco restou daquele exemplo de elegância e paciência. Da voz baixa e doce. Em toda a minha vida, eu acho que só vi minha avó perder a paciência umas 3 vezes. E mesmo nessas vezes ela só trincava os dentes e não saía mais nada daquela boca. Minha avó é da geração das donas de casa dedicadas. A única que eu conheço que conseguia limpar a casa INTEIRA só usando detergente, água, água sanitária e óleo de peroba, e acreditem, a casa ficava CHEIROSA. Big bands e bailes. Óperas. Sorvete na pracinha namorando meu avô.
A minha mãe pegou um pouco daquela geração do cabelo pronto e um pouco da geração de 70. Bombril embaixo do penteado para segurar. Muito, muito laquê. Bailinhos de jovens. Minha mãe pegou o começo do uso das calças pelas mulheres. Ganhou uma de uma prima do Rio e quando resolveu sair de casa com ela, levou uma bronca sem tamanho do irmão mais velho, ela que subisse e trocasse de roupa, aquilo era roupa de homem. Visitas à casa de amigos para ouvir Lps, visitas à casa de outros para assistir tv. A era do rádio. Beatles, Roberto Carlos, Iê-iê-iê. Óculos que comiam o rosto inteiro. Calças boca sino. Lurex. Ela tem cada foto de fazer teen de hoje se apaixonar.
Eu sou da famosa geração perdida. Anos 80. Mal vestidos até a morte. Mas com uma música que se ouve até hoje. Franja pastinha, cabelo surfistinha. Na minha geração tem de um tudo, punk, rock, remanescentes do hippie, calças "santropeito", a era da camiseta. Tênis tinha que ser Rebook, a bolsa, se não fosse da Company ninguém queria. Legião, Ira, Depeche Mode, Madonna, Tears for Fears. Revista Bizz, o já saudoso Glauco. Internet era algo que ninguém sabia nem o que era. Muita festinha na escola, muita cerveja pós aula.
A minha filha é da geração Crepúsculo, arroxa, da Mônica que namora o Cebolinha (que não é mais Cebolinha, é Cebola, e os dois se beijam no gibi...saca...se BEIJAR..é, pois é....), Calcinha Preta e Feiticeiros de Waverly Place (que eu nem sei se é assim que se escreve).....preciso falar mais?
Beijos e Lambidas.
PS- Se pelo menos fosse Anne Rice...mas nem isso.
Como assim o cebolinha (cebola é o cacete!) e a mônica se beijam? não quero ver isso. amiga, somos da mesma geração. a sensação que tenho é que as coisas só estão piorando com o tempo. acabo de fazer um níver inspirado nos anos 60 e só pensava no glamour da época. e o tênis redley cinza, com listra vermelha SEM CADARÇO?? nobody deserves... saudades. beijocas."
ResponderExcluirtem uma nova geração em casa. :D
ResponderExcluir(volto a comentar dignamente seu post loguinho).
=*
adooooooorei o post!!! =)
ResponderExcluirtb sou da geração 80. e queria ter sido da 70. queria ter ido pros bailinhos e ter usado lurex. mas tudo bem, minha geração tb vale a pena.. ;-)
bjs.
cara, achei a sua avó lindaaaaaaaa!!! a minha não é nada disso! Nem nunca foi!
ResponderExcluire do meu filho... ele é da geração backiardigans, mecanimais e afins ainda... quando chegar na idade da sua filha eu surto!
Bjs!!! tava com saudade daqui!
Imagine a cena: Minha filha com os pés dentro de uma bacia, fazendo as unhas, minha mulher costurando uns patchwork e eu ao computador lendo os dois últimos posts para elas. Foi isso.
ResponderExcluirGuardadas algumas diferenças (minha filha não curte crepúsculo e não gosta de sair de casa) a coisa é sempre a mesma. Só muda o endereço.
Há braços!!
ah, as gerações...
ResponderExcluirtb sou dos 80, e sinto saudades. o bom é ver que as coisas mudam, mas não tanto assim.
que lindo post, Xuxu.
=**