sábado, 26 de junho de 2010

O Rio de Janeiro




Continua sendo.... Tinha 6 anos que eu não vinha ao Rio. Parece mentira, né? Eu nem preciso dizer que eu adooooro o Rio. Parte da minha história de mulher casada pertence ao Rio. E gente, como o Rio continua lindo. Fico aqui até dia 06 e quem quiser me ver que me procure...estarei bem perdida no meio das belezas cariocas. A melhor parte? Ter o marido do lado para compartilhar.

Depois venho escrever com mais calma, passadinha só para dizer que eu não morri.

Beijos e Lambidas

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Viajar é precisoo, viver não é precisooo.

Sabe o Cine PE né? Tudo muito lindo, tudo muito charmoso, trabalhei que só uma cachorra mas tudo bem, amei. Três dias em casa e recebo uma ligação:

Voz do outro lado da linha: Barata, preciso de uma produtora de figurino para um comercial de um órgão do governo (ela disse o nome mas eu não vou dizer para vocês), são sete dias viajando pelo agreste e pelo sertão, você topa?

Eu: Claro!

Fui no acervo da produtora, separei dois super malões de roupa (nunca se sabe quando o diretor vai achar que verde é melhor que amarelo e que aquele vestido não é exatamente o que ele quer). Mais uma mala pequena com as roupas da repórter (porque nunca que eu ia juntar tudo né? Na hora do aperto ter a mala da "atriz principal" separada é sempre um luxo de organização e poupa um teeeempo lindo.) Então no total eu tinha: Duas malas oversized, uma mala mini, uma maletinha com crepe, linha, agulha e tudo que servisse para customizar, um ferro de passar roupa, e uma tábua de passar. Em suma, eu parecia que tinha sido despejada pelo marido e estava esperando para tomar uma resolução entre virar uma sem-teto ou me juntar aos sem-terra.

Dia 1. Sets no bairro do Jordão Baixo com pessoas da comunidade dando depoimentos: tira a malinha da van, passa a roupa, veste a repórter. Tira um malão, separa três pólos de cores diferentes para os três depoentes que haviam sido escolhidos. Fica no set (ao ar livre, no meio de uma mega obra da empresa) para ver se a gola de um não torcia, se não ficava aquela pizza de suor embaixo do braço do outro e volta para casa parecendo um camarão de tão vermelha do sol. De-ta-lhe: eu havia passado protetor solar 30.

Dia 2. Sai de casa às 5:30 da manhã, encontra com o resto da equipe na produtora. Agora além de todas as malas ainda tem a minha e mais uma frasqueira. Junta todo mundo, começa a viagem. Primeira parada uma horta entre Recife e Gravatá. Chuva que Deus deu e todo mundo esperando para sair o sol. Saiu, filma, corre, entra na van e vai para uma obra perto de Caruaru para outra filmagem, passa roupa, veste repórter, senta no set, assiste, pede PELOAMORDEDEUS para a repórter não ficar se encostando nos ferros da obra porque a camisa dela era BRANCA e no próximo set se a blusa tivesse suja eu ia receber um Justus e ia estar DE-MI-TI-DA. Dorme e Caruaru.

Dia 3. Todo mundo com as malas na van. Continua em Caruaru. Mil sets em Caruaru. A casa mais linda que vi na minha vida. Repórter de folga, mas tive que vestir tanta tiazinha que vocês não tem noção. Éramos eu e o maquiador fazendo tiazinha em PG. E tome set, e tome filmagem, e tome tiazinha, e tome lugar lindo, e tome Alto do Moura, e tome viagem. Dormimos em Salgueiro.

Dia 4. Malas na van (perceba o quesito cigano que isto está se transformando), filma em Orocó, vai para Santa Maria. A vila mais linda que vi na vida. O São Francisco povo NÃO VAI bater no meio do mar, o São Francisco É o mar. Muitas tiazinhas, vózinhas e teens para vestir. Gente do lugar. E para mim a cena mais linda de todas, uma criança brincando em uma bacia com o São Francisco todo brilhando com o sol de fim de tarde ao fundo da imagem. Por mim, meu povo, eu ficava lá para toda a vida. Mas NÃO, seguimos para uma fazenda de gado em Santa Maria da Boa Vista, e eu que achava que já tinha visto tudo me enganei. A paisagem mais insólita, mais sertaneja, mais tudo que há nessa vida. Uma calma do tamanho do mundo. Um povo simples. Vaqueiros de gibão. Amor. Amor e paz. E vento e sol. No sertão o sol deve resvalar nas árvores, porque não tinha bloqueador solar que me fizesse sentir que o sol não estava queimando até meu útero. E os vaqueiros meu povo, deus me livre, que coisa linda. E o sol batendo no meio daquelas árvores do sertão....Sertão = amor. No final, todo mundo já acabado, sujo de terra, a dona das "terras" pessoa simples e encardida se vira para a produção e diz: fizemos uma buchada de bode, um guizado e um picadinho de miúdo para vocês. Se eu jogasse no lado azul da força eu casava com aquela senhora encardida e agradável naquele momento. Eu nunca vi tanta comida em uma mesa, e uma garrafa de aguardente claro. Devemos ter comido mais que os bois, e fomos dormir em Petrolina. Chegamos mortos, felizes e fomos comer em Juazeiro que já é na Bahia, atravessamos o São Francisco por uma ponte, rimos, bebemos e desopilamos na beira do rio. Foi mágico.

Dia 5. Filmagens em Petrolina. Várias. Porções. Crianças a dar com o pau em uma. Várias tiazinhas, outra obra. E eu, minhas malas, a tábua e o ferro. E o povo da elétrica que é deus arrumando uma tomada que ligava em um caminhão para que eu passasse as roupas no meio do nada. Povo da elétrica, amo vocês, me salvaram quando eu achei que fosse ligar meu ferro no meu nariz. Obrigada. Largamos mais cedo e fomos para a Ilha do Rodeadouro. Vocês já devem ter visto mil coisas lindas, tente pensar em uma viagem de balsa pelo São Francisco até uma ilha com bares na areia e o rio como praia. Muita cerveja (porque era folga) muitas risadas e confraternização. Foi lindo lindo lindo. Só digo uma coisa, me disseram que quem tomasse banho nas águas do rio ficava altamente fértil, e eu comecei a tomar dois anti-concepcionais por vez depois disso. hahahaha Dormimos em Petrolina de novo.

Dia 6. Sai de Petrolina rumo a Bodocó, uma locação em uma obra. Beijos e abraços, a trupe se separa, metade fica em Petrolina para fazer as filmagens aéreas e voltar para Recife. Segui com o povo de van de volta para Recife. Dormimos em Salgueiro (de novo). Meu quarto era o quarto mais arco-íris de todos. Quarto quádruplo, duas mulheres (eu e mais uma), o maquiador (muléééé) e a amiga homem. Gargalhadas no quarto era pouco.

Dia 7. Sai de Salgueiro e chega em Recife. Sem filmagens. Chegamos às 16:00. Mas comprei queijos para o meu amor no meio do caminho. Saudades? Imagiiiiina...eu tava quase morrendo. Melhor momento do dia: ver o rosto do meu bem do outro lado da porta. Pior momento do dia: não poder pegar Mini na casa da minha mãe porque as filmagens do dia seguinte iam começar cedo demais. Chorei horrores com Mini no telefone só de saudade.

Dia 8. Volta ao Jordão Baixo porque o diretor achou que as filmagens do dia 1 não tinham ficado do jeito que ele queria. Dia INTEIRO filmando. Se eu achava que tinha vestido muita tiazinha, coitada de mim, vesti o triplo nesse dia. Corremos contra o por do sol o dia INTEIRO. Mas conseguimos, foi lindo, último set, o diretor disse: VALEU e uma equipe de 20 pessoas começou a aplaudir enlouquecidamente, acabou.

Morri de saudades do meu amor, morri de saudades da minha filha, mas faria tudo de novo. Aí no caminho de volta para cara recebo uma ligação, a notícia? Amanhã lá vou eu produzir figurino de novo. Pelo menos é só até as 17:00 e aqui em Recife, vou passar o final de semana com meu bem e minha filha. 5:30 da matina tô saindo de casa. E eu achava que acordava cedo quando ensinava, doooooce ilusão.

Beijos e lambidas de uma barata que saiu de Recife uma européia (branca que só parede) e voltou de viagem uma sertaneja (completamente curtida de sol, mas só do peito para cima).

PS- Reli o texto hoje (21.05) e percebi que ele está cheio de erros de pontuação, muitos, em demasiado. Vai ficar assim, escrevi cansada, recém chegada de uma viagem longa e foi de coração. Perdão pelos erros, espero que não atrapalhem a emoção.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Home at last!

Olha, foram 10 dias intensos, para dizer o mínimo. Se o mundo começasse a se acabar na China, eu ia continuar trabalhando como se o caos não estivesse acontecendo. Imersão total no mundo do cinema brasileiro. Só fiquei triste porque não consegui assistir à NENHUM dos curtas; toda vez que eles começavam eu ainda estava à km de distância do Centro de Convenções ainda trabalhando. Também não consegui assistir ao Bem Amado (damn!!) porque na segunda feira (dia da exibição) eu ainda estava organizando a hospedagem e trabalhei até mais tarde. Aliás, porque é que os cinemas brasileiros não começam a passar curtas? Mesmo que eles abram outros filmes! A parte boa é que curta-metragista sabe da dificuldade que existe em exibir um curta no cinema e por isso terminamos ganhando milhões de DVDs dos curtas que foram exibidos, depois vou pegar os meus lá na produtora e fazer sessãozinha de cinema com o marido em casa. Mas os que eu vi....bom, vou indicar néam? Então vou dar uma de Xuxu e escrever mini-resenhas para vocês se mexerem e passarem no cinema.


Léo e Bia

O filme é, na verdade, uma adaptação da peça. É praticamente a filmagem da peça inteira com tomadas boas, o cenário é o mesmo. Tem textos absurdamente incríveis, MAS (sempre tem um mas) ele passou logo depois de um filme muito forte, e para "minha pessoa" o filme acabou perdendo um pouco da graça porque o filme anterior me ganhou de corpo e alma. É meio paradinho também. Ah sim, Paloma Duarte ganhou o prêmio de melhor atriz e o filme de melhor trilha sonora.


O Homem Mau Dorme Bem


Muito, muito bom. Daqueles filmes que destinos se cruzam sem motivo aparente e aí....vocês vão ao cinema e descobrem o resto. hahahahaha... Ganhou os dois prêmios para ator e atriz coadjuvantes, que foram para a Mariana Nunes (uma fofa) e para o Bruno Torres e de melhor filme pelo voto do júri popular (que é importantão né minha gente, é pela votação do povo que foi lá e assistiu).

As Melhores Coisas do Mundo


Este filme simplesmente ABOCANHOU um monte de prêmios do festival. Melhor direção, melhor ator (para Francisco Miguez), prêmio da crítica, melhor filme, roteiro (que foi dividido com o filme Sequestro), fotografia, direção de arte e edição de som. A diretora é a Laíz Bodanzky (a mesma que fez Bicho de Sete Cabeças) e ela simplesmente nunca mais descia daquele palco da premiação. O filme basicamente é um "Malhação" porque trata da vida de adolescentes, mas gente, eu saí do cinema EN-CAN-TA-DA. É divertido, denso, e real, tudo ao mesmo tempo agora. Ri para me acabar, chorei, fiquei tensa, todas as emoções juntas em um filme só. Recomendadíssimo.


Sequestro

Desse não tenho nem a imagem, mas foi exatamente o filme que passou antes de Léo e Bia. É um documentário que foi filmado ao longo de 4 anos. Uma equipe de filmagem acompanhou a divisão anti-sequestro de São Paulo e depois o filme foi editado e depoimento das pessoas sequestradas foi adicionado. FORTE, e eu ainda acho que a palavra é fraca para o filme em si. Chorei do começo até o final, acompanhando o desespero das famílias, o esforço dos policiais e com os salvamentos. É um daqueles filmes que você sai abalado e com um pouco mais de raiva da raça humana. Espetacular, espetacular. Ganhou melhor roteiro e montagem.

Quincas Berro D'água


Este filme não estava concorrendo, ele foi lançado no festival (assim como As Melhores Coisas do Mundo, que vai para a telona no dia 07 deste mês). Pessoas, o que é o Paulo José fazendo o papel do morto (o Quincas). Aliás, o que é o Paulo José ponto final. Pessoa mais doce do mundo. Eu ri de me acabar com o filme. Espetacular. Amei.

Lógico que houveram outros longas, mas se eu não comentei foi porque foram os longas que eu não tive possibilidade de assistir. Corre povo, vai pro cinema!

Beijos e Lambidas


domingo, 25 de abril de 2010

Workaholic


Trabalhando que nem uma doida. Para se ter noção, acordei hoje às 3:27 (tudo bem que o fato do Arthur ter levantado da cama para tomar uma água contribuiu) e não consigo voltar a dormir porque na minha cabeça só passa o monte de coisas que tenho pra fazer mas que dependo da rede interna do festival, que logicamente não pega aqui no meu computador. Começo a achar que sou workaholic. Não no nível do marido, que é algo para ser testado por cientistas zulus, mas garanto que chego perto. Antes de me acordar eu estava SONHANDO com o que tinha que fazer. Tem noção? Surtadinha eu, né?

E enquanto eu não tenho tempo para atualizar este espaço, só tenho uma dica: Passa lá no festival e vá assistir uns curtas, uns longas, comédias, dramas e documentários. Você pode conferir toooooda a programação aqui.

Beijos e Lambidas




sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ter filhos...

.... é entrar para a escola de novo.

Esta última semana foi a semana de provas de Mini. Não preciso nem dizer que as notas dela estão péssimas, então, como mãe, uma atitude tem que ser tomada com urgência. Vou explicar melhor. Para quem lê este blog há um certo tempo, sabe que 10 dias antes do meu casamento eu perdi um número considerável de turmas, e junto com elas uma parte considerável do meu salário que estava reservada para a contratação de uma empregada, logo, sem salário, sem empregada. O problema na época é que eu trabalhava que nem uma condenada e ainda dava um jeito de ir para a faculdade à noite. Mini tinha 9 anos e não tinha como deixá-la sozinha em casa. Então tomamos uma medida de urgência sugerida pela minha mãe, Mini passaria a semana na casa da minha mãe e os finais de semana na minha casa. Por mais sofrível que fosse, era a única alternativa. E assim foi pelos últimos dois anos. Comigo rolava meio que um "Se vira nos 30." Eu ia trabalhar, dava um pulo na casa da minha mãe para dar uma atenção para Mini, ia para a faculdade, ligava....um corre-corre danado.

Aí, junto com a minha decisão de largar tudo no final do ano passado, a idéia de trazer Mini para casa de vez começou a tomar forma, mas ainda tínhamos um pequeno problema, eu saio de casa para ir para a faculdade às 17:00 e Arthur só chega em casa às 20:00, o que deixaria Mini sozinha em casa por 3 horas em pleno horário do jantar. Então seguramos a vinda dela por mais um tempo. No meio de toda essa confusão minha mãe contratou uma professora particular para Mini, ela ia diariamente dar aulas para a pequena. Sabe quando uma coisa não funciona? Foi essa professora. Mini é mais escorregadia que vaselina, ou você tem pulso para colocar para estudar ou ela monta em cima e dá um jeito de você não fazer nada durante aquelas horas de estudo e só se dar conta quando sai pela porta. E estava acontecendo exatamente isto com a tal professora. Ela vinha todo dia, todo dia Mini enrolava a coitada. E as notas? Deus me livre, a nota mais alta que Mini tirou nas primeiras provas foi 6,5 (e foi UMA só, todas as outras foram abaixo disso).

Então tomei outra decisão, assim, no começo do ano logo. Tranquei uma série de matérias da faculdade e trouxe Mini para casa. Não posso dizer que ela veio de vez, até porque não quero que ela relacione a vinda dela como uma punição por não estudar. Mas as últimas duas semanas ela passou aqui. E tome estudar. E eu estudando junto, né? Como é que eu vou ensinar algo ou tirar alguma dúvida se eu não sei?

Aí que esbarramos com um problema antigo meu, a Matemática. Gente, eu e os números não nos entendemos nunca, nem na época da escola, nem agora. Enquanto para mim ensinar história, geografia, ciências, filosofia, português e inglês para ela é uma facilidade sem fim, a tal da matemática tá me fazendo perder precioso fios de cabelos. Ela está dando potência, e quem disse que eu lembro disso? Junte à isso o fato da escola ter adotado um livro com uma linguagem complicadíssima (até para mim) e cadê que eu entendo alguma coisa? Tem horas que eu me pergunto como foi que eu consegui passar na sexta série se eu mal sei o assunto da quinta! Descobri que sou completamente que nem o Calvin, atéia em matemática.

Se por um lado eu tô agonizando com o assunto, tem momentos que a ignorância de Mini se torna até engraçada, tivemos uns momentos mágicos:

Momento mágico de história: Estou eu lendo um resumo que ela fez sobre um assunto e me deparo com Copahia das Índias - Filha, olha, acho difícil alguém ter frota na Copahia das Índias viu?

Momento mágico de ciências: Mini leu o assunto e veio me dar aula: - O vírus entra na célula (fazendo gestos com sinais e usando alfinetes como núcleo da célula e vírus) e com o tempo a célula contaminiza-se pelo vírus. (huahuahua)

Momento mágico de português: - Mini, o que é um adjetivo? - Por exemplo mainha, trabalhar é um adjetivo. (¬¬ - nessa ela quase perde os dentes - fiquei até com medo de perguntar o que era um verbo e receber linda como resposta).

Pois é, entre erros e acertos aqui estou eu, fazendo a sexta série de novo. Mas isso vai ter retorno, acredito que não nessas provas, mas na segunda unidade vai ter retorno, um retorno chamado notas.

Beijos e Lambidas

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu, Meu Marido, Mini e o Wii.

Meus caros leitores deste blog sabem muita coisa sobre minha pessoa, mas o que muita gente não sabe é que nós, adoráveis moradores desta toca, somos todos bem nerds. Nós não somos o estereótipo nerd dessa geração (essa coisa estilo óculos com aro preto e roupas engomadas), mas quando o assunto é tecnologia e VIDEO GAMES nós três somos três doentes. É uma coisa que combina tão pouco com a minha pessoa física (a jurídica eu nem sei) que quando meus alunos descobriam que eu jogava, a cara de espanto era incalculável.

Minha paixão por consoles começou láááá nos idos do Atari. Eu tenho um pai apaixonado por issoque passou o bichinho para mim (assim como a paixão por motos e por velocidade - tá, meu irmão demorou 4 anos para nascer e eu fui o "menino" do meu pai por todo esse tempo). Lembro como era divertidíssimo assistir meu pai jogando River Raid, e como era hilário minha mãe tentando jogar Pac Man e brigando com o bolinha amarela bocuda na tela (até hoje ela tem altos papos com o computador). O meu jogo preferido do Atari era, sem sombra de dúvidas, Pitfall. Meus pais se separaram, eu vim morar em Recife, e a paixão por video games veio comigo. Depois do Atari vieram morar na minha casa um Master System, um Mega Drive e um Sega CD. E quando o Sega foi descartado por falta de uso rolou uma lacuna imensa.

Aí conheci o Arthur, que por coincidência também adoooora entrar no adorável mundo da fantasia que só um video game pode proporcionar. Assim que ele veio morar em Recife, foi morar em um pensionato. Sozinho em um quarto decidiu comprar um PS2 para garantir uma companhia nos momentos de tédio, na mesma época o pai de Mini a presenteou com o PS1 e quando nos casamos (eu e o Arthur né gente), os dois video games vieram morar conosco. O PS1 anda quebrado, mas o 2 não sei como não explodiu ainda de tanto cd que já rodou ali dentro.

Então começaram a lançar os consoles de nova geração, o XBox360, o PS3 e o Wii. E claro que nosso olho cresceu. Apesar de ter jogos para PC eu não curto muito jogar no computador, eu curto o lance do controle na mão e berros de "vai! Mata! corre! Pula!" Não é raro aqui em casa um eleger um jogo para zerar (que para os leigos significa jogar até chegar ao final do jogo), alguma coisa que se jogue só, e o resto da família se reunir em volta do "jogador" para dar pitaco no jogo: "Olha, acho que você tem que pular de cima daquela pedra ali para chegar onde quer." "Cuidado com a bola de fogo!!" "Você é muito burroooooo!!!!"

Eu confesso que o Wii assim de cara não me ganhou, eu nunca tive nada da Nintendo, e o jogo que eu curtia jogar, assim como toda a torcida do Flamengo, era Mario. Eu ia para a casa de um primo da minha prima só para jogarmos. Tirando isso, mais nada. E o marido anda de olho no Xbox tem um tempo, gráfico impecáveis, jogabilidade estrondosa e essas coisas que só nerds players dão valor. Mas aí veio o carnaval, minha casa ficou entupida de cariocas donos de Wii, e eu e o Arthur acima do peso (calma que tudo isso vai ficar relevante, juro).

Papo vai, papo vem, os amigos do Arthur comentaram sobre um jogo chamado Wii Fit Plus, que basicamente é um jogo para você malhar em frente da tv. Eu ODEIO academia, Arthur que é todo metódico, quando entra, até vai todo dia, mas grana para pagar academia tá faltando. Fizemos contas, mais contas, e mais contas e descobrimos que se o troço faz efeito, o custo benefício era válido, e assim, o Wii chegou aqui em casa no fim de fevereiro (viu que ia ficar relevante?).

Olha gente, emagrecer emagrece (eu já perdi 2,5kg), suar você sua até quando inventa de jogar outra coisa, mas sabe o que mais me encantou no danado do wii? Vocês precisam assistir algo jogado de dois. Tipo esse tênis que está ilustrado ali na fotinho. Vergonha alheia? MORRO. Diariamente fico com medo dos meus vizinhos de prédio resolverem pegar uma câmera e nos gravar jogando e sacudir as imagens na net. Vocês não tem noção do que são duas pessoas correndo desesperadamente pela sala, com controle na mão, tentando acertar uma bola que fisicamente não existe. Vocês não tem noção do que é uma pessoa em pé em cima de uma balança JURANDO que está esquiando nos Alpes Suíços. Acidentes? Vários. Eu já dei umas várias chapuletadas com o controle no nariz de Mini, Arthur já me atropelou outras tantas,dia desses Mini me acertou um chute na canela que ando pensando em jogar com caneleira quando estiver do lado dela, e eu não sei como ninguém saiu quebrado daqui de casa ainda. Diariamente me dá um medo do Arthur enfiar a mão monitor da tv adentro quando ele está jogando boxe. Mas a diversão é absolutamente inenarrável. Tanto que os amigos que moram perto andam se organizando para passar mais tempo em nossa residência.

Para mim, o cume da vergonha alheia é um jogo que você é uma galinha que tem que voar de ponto para ponto....imagine a cena de uma pessoa em pé em uma balança(essa balança é um controle do wii que é igual a uma balança de se pesar) abanando os braços que nem louco e posicionando o corpo para frente e para trás ENQUANTO abana os braços? A situação é tão, mas tão ridícula que não tem como não soltar boas gargalhadas. Que o diga minha faxineira. Até a irritação do dia a dia perde o sentido, chegou irritado? Coloca o box no console, dá 20 minutos e murro e sai revigorado (e podre e suado e direto para um banho frio também).

Os gráficos perdem disparado para qualquer jogo de nova geração, mas posso falar? Quem é que se preocupa com gráfico quando você tem jogos que te fazem pinotar que nem um doido, sacudir as mãos epileticamente para conseguir chegar a um objetivo, correr de um lado para o outro, e por aí vai. Se eu recomendo? CLARO! Esquecemos do Xbox? NUNCA! Vai ser o próximo... assim que o marido vender as férias dele novamente. ¬¬ HAHA

Beijos e Lambidas de uma barata mais leve.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Gerações


Toda geração é marcada por alguma coisa. E toda família tem várias gerações. O rótulo de cada geração, no final das contas, é algo praticamente natural.

A minha avó, é da geração das mulheres elegantes, das saias, do chapéu na hora de sair de casa, das luvas, leques e missais. Os homens usavam chapéu panamá, estavam sempre engomados e de terno e sapatos bicolores. Linho era o tecido da vez, e para ser homem macho, um Ford Bigode caía bem. Eu nunca comentei nesse blog, mas minha avó tem Elzeheimer. Hoje em dia pouco restou daquele exemplo de elegância e paciência. Da voz baixa e doce. Em toda a minha vida, eu acho que só vi minha avó perder a paciência umas 3 vezes. E mesmo nessas vezes ela só trincava os dentes e não saía mais nada daquela boca. Minha avó é da geração das donas de casa dedicadas. A única que eu conheço que conseguia limpar a casa INTEIRA só usando detergente, água, água sanitária e óleo de peroba, e acreditem, a casa ficava CHEIROSA. Big bands e bailes. Óperas. Sorvete na pracinha namorando meu avô.

A minha mãe pegou um pouco daquela geração do cabelo pronto e um pouco da geração de 70. Bombril embaixo do penteado para segurar. Muito, muito laquê. Bailinhos de jovens. Minha mãe pegou o começo do uso das calças pelas mulheres. Ganhou uma de uma prima do Rio e quando resolveu sair de casa com ela, levou uma bronca sem tamanho do irmão mais velho, ela que subisse e trocasse de roupa, aquilo era roupa de homem. Visitas à casa de amigos para ouvir Lps, visitas à casa de outros para assistir tv. A era do rádio. Beatles, Roberto Carlos, Iê-iê-iê. Óculos que comiam o rosto inteiro. Calças boca sino. Lurex. Ela tem cada foto de fazer teen de hoje se apaixonar.

Eu sou da famosa geração perdida. Anos 80. Mal vestidos até a morte. Mas com uma música que se ouve até hoje. Franja pastinha, cabelo surfistinha. Na minha geração tem de um tudo, punk, rock, remanescentes do hippie, calças "santropeito", a era da camiseta. Tênis tinha que ser Rebook, a bolsa, se não fosse da Company ninguém queria. Legião, Ira, Depeche Mode, Madonna, Tears for Fears. Revista Bizz, o já saudoso Glauco. Internet era algo que ninguém sabia nem o que era. Muita festinha na escola, muita cerveja pós aula.

A minha filha é da geração Crepúsculo, arroxa, da Mônica que namora o Cebolinha (que não é mais Cebolinha, é Cebola, e os dois se beijam no gibi...saca...se BEIJAR..é, pois é....), Calcinha Preta e Feiticeiros de Waverly Place (que eu nem sei se é assim que se escreve).....preciso falar mais?

Beijos e Lambidas.

PS- Se pelo menos fosse Anne Rice...mas nem isso.