segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Esse é o FIM (ou quase)


Quando eu comecei a escrever este blog eu tinha 24 anos era professora, solteira e tinha uma filha de dois anos de idade. No começo ele era meio sem jeito, tinha um apanhado de coisas que eu achava pela internet e que eu achava interessantes, alguns causos e algumas histórias da minha filha. Quando eu abri este blog eu tive uma necessidade imensa de colocar um pseudônimo, pois como professora eu não queria que os meus alunos cascavilhassem minha vida. Eu queria ter liberdade de escrever sem ser podada por nada, nem ninguém. 

Com o tempo a métrica do blog foi surgindo, já não tinha mais apanhados de piadas da internet, tinham muitos causos de baladas com amigas, e muitas histórias engraçadas da minha filha que eu sempre chamei carinhosamente de Mini, afinal ela tinha dois anos e estava descobrindo o mundo à sua volta. Foi nesta mesma época que este blog "bombou" e ficou no Blogs of Notes do blogger por praticamente dois meses seguidos. Na época o endereço dele era hospedado em outro lugar. O blog foi um sucesso por muito tempo.

Dois anos depois de eu começar este blog eu conheci o Arthur, que era conhecido na "blogosfera" como Art e que tinha um blog chamado Mesa do Bar, que não existe mais. Houve um interesse, nos conhecemos, nos apaixonamos e começamos a namorar. Estamos há 8 anos juntos, e toda essa história quem me acompanha há tanto tempo sabe de cor e salteado. Fui para o Rio de Janeiro algumas vezes, ele veio para Recife duas, uma para conhecer a minha Mini e a outra se mudando para tentar um lugar por aqui.

Nós nos casamos em 2008, na mesma época em que o Blogger restringiu o acesso apenas para assinantes e então me mudei para cá. Nesse período eu comecei a escrever menos. BEM menos. MUITO menos. Entre espaços que variavam de 4 há 6 meses eu ia pincelando um texto aqui outro ali até que parei de vez. Não foi por falta de assunto, eu tenho o que dizer, às vezes um post se encaixa inteiro na minha cabeça enquanto estou lavando a louça, me sento para escrever e....nada.

O fato é que eu não tenho mais 25 anos, eu estou com 35. A Mini está com 13 anos, já tem peito e cintura, e está com vários problemas de uma teen, além de estar com 1,63. Eu não sou mais professora e não sinto mais a necessidade de me esconder por trás de um pseudônimo. E as coisas que eu tenho vontade de dividir hoje, variam entre receitas, moda, minha vida, decoração....e não mais única e exclusivamente a minha nada mole vida e as piadas da minha pequena. Toda vez que eu sento no pc e tento escrever aqui, eu me sinto presa ao blog, é como se ele me acuasse, me amarrasse e eu não conseguisse quebrar essa barreira qeu ele criou. Cansei de ser hemimetábola, cansei de não falar palavrão (não que eu os use no meu linguajar diário), cansei de não poder - por exemplo - postar fotos da reforminha que eu estou fazendo com minhas próprias mãos no meu atelier com um passo a passo de faça você mesma também. Cansei deste blog não dar espaço para eu postar uma receita, falar de videogame (sim, sou gamer hard core, vcs não sabiam né?), de não poder reclamar da vida ou simplesmente colocar a foto de um objeto que eu achei interessante. O blog não deixa, eu não me sinto confortável. É como se a minha obrigação aqui fosse unica e exclusivamente fazer rir, e agora eu quero falar. Enfim, eu quero ser eu.

Mas como dizem por aí, onde O Cara fecha uma porta, em outro lugar ele abre uma janela. E se vcs estiverem a fim de embarcar nessa novidade comigo, vocês são mais do que bem vindos. É só clicar AQUI.  Já tem até post novo. Eu (literalmente eu) vou estar lá, sempre, a sua espera. Obrigada por terem me acompanhado por tanto tempo.

Meus últimos beijos e lambidas em forma de Barata, e....É HORA DE MORFAR!

segunda-feira, 14 de março de 2011

E se Foi o Carnaval...

Foto: Eu mesma que tirei! IHÀ

Carnaval para mim sempre foi um "trabalho" de três expedientes. Eu ia para Olinda pela manhã, brincava muito, seguia blocos, passava protetor solar umas doze mil vezes e ainda assim me queimava. Quando dava umas 15:00 eu voltava para casa, tomava um banho, me fantasiava, colocava a fantasia de Mini e ia com ela para a programação infantil do Recife Antigo, brincava um monte com ela. Quando o relógio batia às 7 todas as caveiras pintavam o sete eu voltava em casa, tomava outro banho (lógico), me arrumava, e voltava para o Recife Antigo para assistir aos shows de "gente grande."

Lembro que a minha mãe vivia em dizendo que "eu não tinha mais 16 anos de idade" mas carnaval SEMPRE foi a minha praia. A-DO-RO. E depois que eu e o Homem dos Olhos Cor de Gasolina nos casamos, tivemos a oportunidade de fazer uma coisa que sempre quisemos, mostrar esse carnaval maravilhoso para todos que quisessem ver, e assim, nosso apartamento vira um albergue e pessoas de todos os cantos do Brasil (e até mesmo do mundo) vêm passar o carnaval conosco aqui em casa.

Este ano, recebemos 3 amigos, dois americanos e a minha dinda de casamento, a Mayra, que veio lá do Planalto Central, e mais um brasiliense (sei que somando tudo dão quatro pessoas, mas o brasiliense chegou depois, então vamos contar como meia pessoa, 3 pessoas e meia, e a coitada da minha casa não tinha mais espaço, então o coitado do brasiliense dormiu na rede da minha varanda, o que seria lindo se o sol não começasse a bater EM CIMA da rede a partir das seis da manhã, se não começasse a TORRAR a partir das 7 e só se retirasse depois das nove, mas eu avisei, ele disse que não se incomodava em correr o risco de ficar com um bronzeado de cor sim cornão para o resto da vida). Mas (sempre tem um mas) eu não tenho mais MESMO 16 anos, e embora eu tenha feito as minhas fantasias, e pedido para a Kristin trazer uma fantasia de Chapeleira Maluca para Mini lá dos States, e de ter comprado novas perucas, de ter finalmente conseguido assistir à todo um show de Alceu Valença (longa história, fica para outro post) e de ter me maquiado e me arrumado toda para este carnaval, aviso, a todos os navegantes, que este carnaval eu finalmente PENDUREI MINHAS SAPATILHAS DE FREVO.

Existem vários motivos para isto. Primeiro que de um tempo para cá a semana pré tem me dado mais prazer do que o carnaval em si - tem menos gente, acontece à noite (e o sol escaldante não me frita), e oferece os mesmos blocos e maracatus que são oferecidos durante o carnaval. Segundo que eu, bom, eu já não tenho mais 16 anos, e não aguento mais 3 expedientes de carnaval tem muito tempo, umas 4 horas em Olinda já me deixam dolorida, eu termino o carnaval sempre sem voz ou gripada, eu já não aguento seguir todo e qualquer bloco que passe pela rua e escolho metódicamente o que é que eu vou seguir, e a quantidade de gente e o calor em excesso e o suor (que JORRA) me deixam desconfortável. E o terceiro e mais importante motivo (pelo menos para mim) é que eu sou uma pessoa que AMA viajar, eu amo viajar mais do que eu amo carnaval e suas nuances, e cores, e toques, e tambores e clarins. Eu amo conhecer novos lugares e visitar os que eu já conheço mais do que ir para Olinda na esperança de que eu não me queime tanto, de que os blocos passem sem tanta demora, que eu consiga fazer o traslado entre Olinda e o Recife antigo todas as noites (o que eu já não consigo tem um bom tempo).

E no meio de tudo isto eu tenho um marido que trabalha que nem um mouro. Que não tira férias há 3 anos e as vende todos os anos porque ele é gerente de logística de uma transportadora e sem logística os caminhões perdem horários e se embaralham. Que me dá carta branca quando eu tenho um ziriguidum e decido largar tudo de seguro que eu tenho na vida e começar tudo do zero. E que segura as pontas quando eu as solto. E que também AMA viajar tanto quanto eu. Mas este meu marido, que trabalha horrendamente demais, consegue tirar os 4 dias de carnaval (e isto acontece muito porque o chefe dele também adora o carnaval), e as semanas que seguem o carnaval sempre são mais tranquilas do que o resto do ano inteiro, e por isto ele pode, de repente, tirar mais uns 7 dias depois que o carnaval acaba.

Então pessoas queridas e carnaval amado, penduro minhas sapatilhas de frevo porque quero colocá-las no pé em novas terras, em novos ares. A super viagem do carnaval do ano que vem já está sendo planejada. 10 dias só para nós e alguma parte do mundo. Eu passei o carnaval deste ano todo sentindo saudades do carnaval do ano que vem, que Olinda não se chateie com a perda de uma foliã nata, que tem o som do seu frevo no sangue, mas esta foliã aqui está praticamente de viagem marcada para ver outras cores, outras ladeiras e ouvir outros clarins.

E tenho dito.

Beijos e Lambidas

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Estudando com Mini


Mini amanhã apresenta um trabalho para a aula de artes sobre o Davi de Michelângelo. (Eu não sei vocês, mas eu não me lembro de estudar essas coisas para a aula de artes lá na minha época escolar não.) Aí que ela passou a semana futucando no power point para fazer os slides e hoje estava estudando decorando a fala dela e me pediu para ajudar. Funcionou mais ou menos assim:

Mini: Michelângelo di Ludovico Buanarroti Simoni nasceu em Caprese /é interrompida/
Eu: Onde fica Caprese?
Mini: [pausa - incerta] Na França.
Eu: Oi? Onde?
Mini: Na Itália.
Eu: Putz, na França minha filha, eu hein, na França?!
Mini: Na Itália mainhaaaaa, eu disse Itália, você que ouviu errado.
Eu: É, vai culpar a audição da velha aqui...

[...]

Mini: Davi é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelângelo. O trabalho retrata o herói bíblico ... /é interrompida II - a missão/
Eu: E se o professor perguntar o que foi que ele fez para ser um herói bíblico, você sabe responder?
Mini: /atrás dela uma bola de feno passando/
Eu: Depois você vai estudar isso viu?
Mini: Tá mainha, posso continuar?
Eu: Pode.
Mini: herói bíblico com realismo anatômico impressionante.... /é interrompida III - a volta dos que não foram/
Eu: O que é realismo anatômico?
Mini: É que o corpo dele é muito bem feito, ele tem veias, unhas, partes genitais /faz cara de nojo/.
Eu [começando a sacanear] - O que significa que você viu um pinto.
Mini: /balança a cabeça com nojo/
Eu [continuando a sacanear]: Você sabia que o Davi tem 5 metros?!
Mini: Sabia sim.
Eu: Se ele tem 5 metros, imagina só o tamanho do pinto dele.

GARGALHADAS

Mini: Mainha, HAHAHA, você é muito doida. HAHAHAH
Eu: Se quebra e cai na cabeça de alguém, mata o sujeito com uma pintada.
Mini: HAHAHAHAHAHAHAHAH....tu é muito doida mainha.
Eu: Ah, então você quer uma mãe normal? Tudo bem, eu consigo ser muito normal.
Mini: Nãããããããoooooooo, Deus me livre uma mãe normal.
Eu: Você quer sim....você quer uma mãe normal.....a partir de amanhã serei uma mãe normal.
Mini: Não mainha!!!! Quero não, mãe normal é muito chato.
Eu: Tá bom, mas me conte de Davi.
Mini: Ele é cheio de músculo na barriga. [perceba que já começou a virar papo de comadre]
Eu: É, eu tô ligada.
Mini: Tem um menino na minha sala que tem a barriga assim, ele levantou a camisa na aula de educação física quando fez um gol no futebol e eu vi.
Eu: Sei, e você viu e BUF caiu para trás.
Mini: hihihi foi....

E assim vocês acabaram de ter uma aula de como "arrancar" as coisas que uma adolescente anda pensando sem ela nem perceber que o que você está fazendo mesmo é inquirindo. Duvido que ela erre a localização de Caprese mais alguma vez na vida. E eu sinceramente espero que na apresentação de amanhã ela não fale do pinto do Davi. ¬¬

Beijos e Lambidas

domingo, 6 de fevereiro de 2011

RAGE Against the Machine


Estes dias andei irritadíssima. Mulheres; vá saber o motivo. Só sei que se olhasse para mim, com carinho, raiva, rancor, amor, ou seja lá, eu estava a ponto de voar para cima do olhudo e Mike Tysonear arrancando-lhe um naco da orelha com os dentes. Sim pessoas, eu também sou um ser raivoso, só não carrego a doença comigo. Marido, coitado, cortou dobrado para me aguentar, por vezes me surpreendo com a paciência dele. Eu estava tão insuportável que nem eu andava me aguentando, e, se eu já estava a ponto de me sacudir-me a mim própria pela varanda, fico imaginando as técnicas de tortura que ele pintava na mente toda vez que recebia uma resposta atravessada. Mas ao invés de me mandar de volta para a casa da minha mãe, ele me olhou e perguntou:

Marido: Amor, você ainda me ama?
Eu (inspirando vermelho e expirando azul): Amor, eu sei que eu ando um porre e irritada, mas os irritados também amam. Amam irritadamente, mas amam.

O que eu estava querendo dizer com essa máxima, era um sim. Mas perceba a irritação como funciona, expliquei de forma imensa o que podia dizer em uma palavra só, com olhar lânguido, voz doce e carinha de meiga. Mas não, irritadamente formulei a maior frase que podia para explicar o inexplicável. Disse e virei de costas. Gente, coisa mais bizarra!

Mulheres....e não chegue com a sua orelha perto de mim!

Beijos e Lambidas

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vigiando o Peso


Há alguns zilênios atrás eu era uma sílfide. Sim pessoas, uma sílfide. Eu tinha 47 kg em 1,67 de altura. Não quero dizer com isto que eu era modelete, mas que meu corpo se resumia a uma cabeça (enorme), cachos e mais cachos de cabelo ruivo, e dois joelhos. O que restava de mim eram gravetinhos e palitinhos.

Aí aos 22 anos veio Mini, e eu fiquei com 57 kg, o que para mim foi uma descoberta. Eu tinha corpo! Eu tinha peitos! Eu tinha bunda! E tinha cinturinha! Nunca mais em minha vida eu quis ou vislumbrei voltar ao peso que eu tinha antes de Mini.

Só que como nem tudo são flores, veio a minha separação e eu descontei o desgosto e kg e mais kg de comida, um belo dia, depois de ter perdido praticamente todas as minhas roupas, entrei em uma loja para comprar uma calça jeans e quase caí para trás quando vi que a 44 não cabia. Me indignei, saí da loja arrasada, passei em uma farmácia e me pesei (porque tratamento de choque term que ser assim)....70kg. Eu tinha 24 anos. Resolvi que não dava para continuar engordando e procurei o Vigilantes do Peso. 1 ano depois eu estava com os bons e velhos 57 kg, feliz e contente, usando biquini de lacinho novamente.

Consegui manter esse peso durante séculos, então eu e o Art casamos. E casamento sabe como é...sai para comer fora, eu tinha a minha maravilhosa cozinha de Ofélia e pude colocar meus dotes culinários (que a-do-ro) em prática. Exagerei na dose e 3 anos depois de casados (isso mesmo pessoas, 3 anos!) eu estava com 69 kg e ele já havia desistido da balança.

O marido, quando desespera com peso, começa a fazer as dietas mais malucas da face da terra. Eu, quando desespero com peso, mando tudo a m@#$% e como mais.Das duas uma, ou assumíamos e virávamos os novos Mike & Molly do pedaço, ou tomávamos uma atitude. Aperta dali, solta daqui, entrei no Vigilantes do Peso de novo.

O valor é de R$ 100,00 por mês, e nunca que daria para ambos irmos para reuniões juntos (R$ 200,00 por mês vai muito além do que podemos), então entramos em um acordo, como ele não tem o menos saco mesmo, eu me inscrevi, vou nas reuniões semanais, pego os livrinhos e organizo a nossa dieta.

Estamos no começo da semana 3, sábado foi a reunião - fim da semana 2. Eu me pesei e havia perdido 1,5 kg, e posso dizer que ele deve ter perdido pelo menos o dobro. A parte boa? Você come, come de verdade. Só que com quantidades reguladas. E você pode organizar a sua dieta de acordo com o seu dia-a-dia numa boa. O marido ODEIA frutinhas (ameixas frescas, nêsperas, kiwis, morangos), então ele come frutonas (tangerina, banana, laranja, maçã, abacaxi...), eu não aguento batata-doce então como outros legumes. E tem dado muito certo, muito. A gente nem de longe sente fome. E continuamos emagrecendo.

A parte ruim? Para mim foi o feijão, que não leva carne alguma, então descobri que caldo pronto zero gordura pode, e descobri que tem um de bacon, apelei para ele e melhorou significantemente o sabor. E outra coisa que eu ODEIO é tomar café da manhã, minha mama não ensinou nenhum dos filhos a comer de manhã, então tenho me obrigado a comer de manhã, nem que seja uma coalhada, ou uma ameixinha. Para ele? Marido é um farofeiro nato, e farofa é regradíssima por conta da manteiga, e ele sente uma faaaalta.

A parte péssima? Mini é uma sílfide, não precisa de dieta, para mim não faz tanta diferença, mas tenho que comprar os docinhos dela de lanche, wafers, Bonos e afins. Marido que é formiga, morre toda vez que vê um pacotinho de Bono aberto pela casa, solta um "AHHHHH" e sai correndo com o pacotinho na mão para esconder na despensa. Mas aí eu descobri que o Vigilantes tem uma série de livros de receita com receitas deliciosas, inclusive um brownie maravilhoso. Marido? AHHHH, marido fez um show pirotécnico com a descoberta.

Enfim, como eu matei o blog de receitas quando estava estudando minha volta resolvi que ia fazer um post semanal com a "receita da semana", pelo jeito, pelo menos nos próximos meses, esse post vai sair com receitinhas Vigilantes. Vocês não se incomodam, não é? risos

Beijos e Lambidas

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eu, caçador de mim.




Sabe aquele típico post pleonástico? É este. Estou escrevendo este post para "me auto-explicar-me para mim mesma." Para ele ficar escrito aqui no intuito de que eu possa voltar e lê-lo várias vezes e entender o que se passou. Não, eu não me separei do Homem dos Olhos Cor de Gasolina, continuamos firmes e fortes, um com o outro, o outro com um. Mini não sofreu um acidente terrível (embora quase tenha me matado quando quase não passou de ano). Eu não passei seis meses doente...mas, eu sumi.

Eu sumi totalmente. Sumi do blog, do msn, do twitter, do facebook e seus joguinhos que amo de paixão, do meu telefone, das minhas amigas, da minha família. Eu emudeci literalmente por pelo menos 2 ou 3 meses inteiros.

Eu, Baratinha, funciono assim: quando tudo dá certo eu estou ótima, quando dá errado eu viro a encarnação absurda e insuportável de Pollyana, mas quando algo dentro de mim me incomoda, eu emudeço.

Eu tomei uma decisão em 2009, eu decidi parar de ensinar para todo o sempre amém. Perdi a esperança na máquina de ensino que virou máquina de dinheiro. Fiquei velha demais para ver uma geração que está se perdendo por conta dos pais em conjunto com a ambição das escolas e ainda da falha absurda do sistema. Enfim, eu decidi, sozinha, e fui apoiada, muito, por marido, filha, mãe, amigos, leitores e todos os que me rodeiam.

Diferente do que eu imaginava ninguém me olhou de lado, ninguém me chamou de louca e eu ouvi tanto "boa sorte" que já me sentia o próprio trevo de quatro folhas. Em julho (época que parei de escrever) eu decidi que já estava mais do que na hora de Mini parar ficar pulando entre a minha casa e a casa da minha mãe e que estava na hora dela assumir o quarto que sempre a pertenceu em definitivo. Junto com isto decidi que eu precisava trancar a faculdade de letras (que se arrasta em passos lentos) para saber o que eu realmente queria da minha vida.

Aí uma sucessão de infelicidades aconteceu ao mesmo tempo. Lógico que quando eu decidi parar de trabalhar eu tinha um plano B arquitetado: Para os que não sabem (ainda) eu faço traduções para uma editora, além de pegar traduções particulares (de textos, teses, artigos). Mas o certo MESMO sempre é a editora, afinal, eles são uma empresa. O que eu não contava é que no final de 2009 haveria uma recessão, e como resposta a isto a editora travaria todas as traduções e daria prioridade de lançamento aos livros nacionais para poder sentir como o mercado se comportaria. Pura questão de dinheiro mesmo, um tradutor recebe o dobro de um revisor, se eu corto a tradução de um livro seguro o dinheiro caso as coisas fiquem realmente pretas. Se você juntar esse fato com o fato de que eu havia acabado de pedir demissão de TODAS as escolas que ainda ensinava, percebeu o que aconteceu né?

Não, não foi só a falta de dinheiro, foi a falta de direção. Parei de trabalhar, parei de estudar, e parei de trabalhar II, em outras palavras, virei dona-de-casa-totalmente-dependente-do-marido. E isso caros amigos, para uma pessoa que começou a trabalhar aos 18 anos sem ter necessidade, só para poder abocanhar um pouquinho de independência, é a morte.

Eu fiquei suspensa sabe? Quando Mini precisava de alguma coisa e eu não tinha dinheiro, minha mãe recorria, ela queria ajudar, claro, mas isso me fazia um mal imenso, eu tinha acabado de dizer "agora sua casa é só aqui" e a minha mãe continuava monetariamente segurando as pontas da guria. E gente, isso dói. Dá nó nas entranhas.

O marido, coitado, de repente se viu casado com um zumbi. Eu já tenho insônia por vida, sou mais da noite do que do dia, embora adore o sol. Mas eu virava noites enlouquecidamente...pensando. Tinha dias que tudo o que eu queria era parar de pensar, nem que fosse por 5 minutos no dia, mas a cabeça não respondia, fazia o que queria, e o que queria era pensar. Então pensava, pensava em saídas, no "projeto moda" que andou um pouco e parou no tempo por falta de....dinheiro para investimento. Pensava que eu talvez tivesse que voltar a ensinar. E isso pessoas, aterrorizava-me. "Três para trás, seis para frente." era o que eu me repetia, mas parecia que os três passos para trás haviam sido vinte, e andar mais quarenta para frente me dava pavor.

Entenda, não faltou comida em casa, não atrasamos nenhuma conta, havia gasolina para levar e pegar Mini na escola. Mas eu, EU, não tinha dinheiro. E não tinha de onde tirar dinheiro. E não tinha vontade de voltar a ensinar para capitalizar de novo. Porque eu sei o que é ensinar, ensinar é que nem cachaça, quando pega na veia era uma vez, e eu sei que se eu pisar em uma sala de aula de novo eu vou deixar todos os meus sonhos e vontades para trás e me aposentarei como a "tia." Se eu ceder e voltar para uma escola, adeus, serei professora ponto final. E me sentirei derrotada, pois não corri atrás os suficiente ainda.

O que aconteceu comigo foi mais ou menos isso: eu sumi porque eu estava com dúvidas, e quando você externa essa dúvida invariavelmente dicas, ajudas, conselhos, pitacos virão das pessoas que lhe amam, lhe querem bem, e querem lhe ajudar a encontrar o caminho de novo. E eu, dentro da minha cabeça pensante, não os queria - os conselhos - porque sei que se eu falhar nessa minha nova fase, eu vou tirar o corpo fora e culpar o conselheiro, eu queria, de verdade, chegar à uma conclusão sozinha, uma conclusão que fosse só minha, que caso eu venha a falhar eu só possa culpar à mim mesma e mais ninguém. Eu não queria me deixar levar, pela primeira vez na vida eu queria me levar. Eu queria me reencontrar e me achar de novo. Sim, porque nós mudamos, e eu mudei, mas não me toquei da mudança e não me reconhecia. Eu precisava achar o meu caminho sozinha.

E digo com todo orgulho em mim, eu achei. Claro que o marido perfeito me ajudou; toda vez que eu dizia: "Eu acho que vou ter que voltar para escola," ele replicava: "De forma alguma, agora que você começou a fazer o que gosta te proíbo de parar." Óbvio que Mini me ajudou, a cada sorriso e abraço que me deu.

O meu caminho, o meu projeto, segue em frente. Devagar, porque sou perfeccionista e não quero lançar nada pela metade (e porque eu ando de salto e não dá para correr).

Estou voltando para a faculdade, pois aprender é sempre preciso, mesmo que letras não signifique mais, para mim, ensinar.

Estou voltando para casa, mesmo sem nunca ter saído de dentro dela.

Estou voltando para os braços da minha família, embora eles nunca tenham deixado de me abraçar.

Estou voltando a sorrir.

E estou voltando a escrever no blog, mesmo que o primeiro post do ano seja um tanto quanto melancólico. Mas como sou semi-bipolar o próximo será cheio de alegrias e risadas.

E estou que nem a mocinha da imagem, olhando por uma janela, só que agora, eu vejo o mundo.

E porque o Milton Nascimento foi o ÚNICO cantor brasileiro que me fez chorar copiosamente em um show, pois a mistura da letra com a voz deste homem é de acabar com o emocional de qualquer ser humano, é que escolho essa música como minha no ano de 2011. E que este ano venha matando, porque eu, agora, estou pronta.


Caçador de Mim

Milton Nascimento

Composição: Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim





sábado, 10 de julho de 2010

Pucca - A "Cã" Bebê

Primeiro deixe-me explicar. Minha família de pessoas malucas possui um mói de terras no interior, chamamos este mói de terra de "granja". Ela não é uma granja porque o mói de terras não é grande o bastante para ser chamado de fazenda, embora realmente não seja. Ela é chamada de granja porque ela possui aviários para a engorda de 7 mil pintos - o que rende sete mil piadinhas, uma para cada pinto. Meu padrasto é o administrador do negócio multi-milionário. Nesta granja sempre tivemos cães. Primeiro foi Raio, o cocker spaniel mais mal comprado da face da terra. Lindo ele era, mas um cão com instinto de caça e de pelo longo em uma granja não é exatamente uma boa compra. Quando ele começou a trazer as galinhas do vizinho pelo pescoço e depositá-las orgulhosamente na porta da cozinha, convenci minha mãe que ele teria que ser dado para alguém que o amasse e pudesse mantê-lo longe de outros animais.

Depois veio Zagalo e Natasha, um casal que foi comprado como um casal de boxers mas que, quando começaram a crescer, nós começamos a perceber que havia um traço de boxer neles sim, esse traço de boxer era perceptível em uma noite de chuva, com trovoadas e quando eles estavam atrás de um pé de côco. (entenderam a piada, né?). Natasha morreu cedo, Zagalo foi um grande companheiro para Mini, ela ia para granja e pintava miséria com ele, o cão, nada fazia, no máximo levantava a cabeça, olhava para ela e em alguns momentos parecia até sorrir.

Quando Natasha morreu, meu padrasto comprou Dondoca (perceba a habilidade para nomear cães que meu padrasto tem), uma labrador. Essa era labrador mesmo, mas eu não sei o que aquela granja tem na terra que todos estes cães de grande porte morreram cedo de doenças que os veterinários não conseguiam diagnosticar.

Meu padrasto, pessoa da melhor qualidade, sempre expressou a vontade extrema de ter um daschund. Ele tinha todos esses cães na granja mas sempre quis um companheiro mesmo, daquele que deita em cima do pé e lambe seu dedão. Então, no dia do aniversário do meu padrasto, eu e minha irmã nos juntamos e compramos um dasch para ele. Fomos buscar o cão antes de ir ao bar onde meu padrasto estava. Claro que Mini estava no carro. Quando o cão chegou no carro, Mini batizou na hora: PLUTO! - o que salvou o cão de ser chamado de Coragem, que era o nome que o meu padrasto deu para ele quando chegamos como dasch no bar, e que claro, Mini vetou porque o cão já se chamava Pluto. Ok, Mini na época era mini e assistia muito desenho da Disney.

Com um tempo meu padrasto adotou Jolie, outra dasch de uma vizinha em Recife que não estava mais em condições de criar. Jojó, como era carinhosamente chamada, já foi adotada bem velhinha, viveu seus últimos dias lá na granja e morreu no ano passado. E...Pluto ficou sozinho. Desde então meu padrasto comenta que quer comprar outra dasch preta para fazer companhia para Pluto.

Ontem, minha mãe resolveu fazer feijoada (reparem na noção torpe que a minha família de malucos tem) e pediu para meu padrasto: Traga dois pés de couve e um abacaxi lá do Mercado da Madalena. Meia hora depois meu padrasto chega com dois pés de couve, um abacaxi e uma caixa. Minha mãe disse que achou que ele tivesse comprado o carregamento de abacaxis todo. Mas não, dentro da caixa estava a dasch. Imediatamente me ligaram, "Queremos falar com Mini." e deram a cadelinha para ela, embora a cadelinha vá ficar na granja fazendo companhia para Pluto (desta mesma forma Mini já teve bodes, cabras, coelhos, galinhas e até um pavão). Claro que Mini me fez ir bater lá na casa da minha mãe. A dasch só vai para a granja na terça. Claro que Mini me pediu para trazer para casa, claro que a ANTA aqui aceitou. E com vocês:

Pucca - A cã bebê

Resultado:

1. Ela faz cocô e faz xixi, e eu que limpo.
2. Ela dorme quando estamos todos acordados, acorda quando estamos dormindo, e como eu tenho medo de deixar ela na sala sozinha, eu coloco ela no meu banheiro e ela acorda todo mundo latindo, chorando e uivando.
3. Ela só foi batizada hoje, ontem rolou um surto de falta de criatividade aqui em casa e ela só era chamada de cã bebê, bichinho, e bibilo.
4. Arthur queria chamá-la de vuvuzela e de jabulani, Mini vetou veementemente.
5. Ela descobriu que bom mesmo é em cima do sofá. Quem disse que ela sobe sozinha? Em um dia ela está destruindo toda a capa do meu sofá com suas unhas pequenas e pontudas.
6. Eu sou a única com moral aqui em casa, eu falo NÃO e ela senta automaticamente e levanta as orelhas (imagem acima) - imagina a quantidade de não que eu já falei para conseguir esse resultado.
7. Ela é absurdamente linda e engraçada quando percebe que tem um rabo e ao mesmo tempo não se dá conta que o rabo é dela.
8. Me meti em uma fria terrível, Arthur é louco por cães e agora que Pucca está aqui ele anda pensando em comprar um aqui para nossa residência.
9. Ela decidiu que lugar de fazer necessidades é realmente no meio da minha sala.

Amanhã Pucca volta para a casa de minha mãe, vou levar Mini junto pois segunda viajo ali, para o agreste. Eu tô triste com a ida de Pucca, mas ao mesmo tempo tô tão feliiiizzzz.

Pucca deitada com seu paninho e seus amigos. Maurice é o que mais sofre na mão dela.

Uma coisa eu tenho certeza: Pucca vai, mas o cheiro dela vai continuar aqui por pelo menos um mês. rs